Sondagem A. © José G. Gómez.

Sondagem A. © José G. Gómez.
Equipa da campanha de 2017. © José Pardo.
Sondagem A e sector escavado pela EBAF. © José G. Gómez.
Materiais arqueológicos da sondagem A (Ferro). © José Pardo.
Os principais trabalhos e resultados da campanha foram os seguintes:
Depois de quase 60 anos de abandono, Tell el-Far’a sofreu importantes transformações relativamente ao seu uso. Actualmente, o terreno do sítio está dividido entre quatro proprietários privados e a administração palestiniana. Uma parte importante do sector privado é usada para diferentes actividades agrícolas, em particular para a plantação de oliveiras. Lamentavelmente, a exploração destas parcelas limita de forma considerável a investigação arqueológica. As zonas que se encontram livres de trabalhos agrícolas situam-se no sector oriental e, sobretudo, no sector ocidental do tell. Foi neste último, que constitui propriedade pública, que os arqueólogos franceses concentraram os seus trabalhos de escavação entre 1946 e 1960. Por conseguinte, esta parte do sítio é a que conserva os principais vestígios arquitectónicos ainda visíveis (casas, ruas, muralha, porta, etc.). Com o objectivo de recuperar estas construções realizadas em pedra, procedeu-se à limpeza e recolha de todas as ervas daninhas e detritos que as cobriam, de modo a realizar a primeira avaliação do seu estado de conservação, que, em termos gerais, é bom. O objectivo final é preparar um plano geral para proceder à sua restauração e valorização em futuras intervenções.
Com a ajuda de um drone, elaborou-se um novo plano de Tell el-Far’a para conhecer a evolução topográfica do sítio entre 1946 (data em que se realizou o primeiro plano por parte da equipa francesa) e a actualidade. A partir dos voos realizados com o drone, obteve-se um plano detalhado do tell e do seu ambiente envolvente, mediante a criação de um modelo em 3D (orto-fotoplano) e de um modelo convencional com curvas de nível. Em ambos os casos, detalhou-se tanto os diferentes usos actuais do tell como a localização das zonas de escombros criadas durante as escavações da EBAF, que alteraram a morfologia original do sítio, em particular no seu perímetro ocidental. Para a realização deste trabalho foi de grande utilidade a consulta de fotografias aéreas tiradas no ano 1950, que se conservam actualmente no arquivo da missão da EBAF em Jerusalém.
Plano topográfico de Tell el-Far’a, Outubro de 2017 © José Gabriel Gómez.
Depois da limpeza do sítio, realizou-se uma prospecção superficial no tell e na necrópole meridional (datada da Idade do Bronze). No primeiro, fotografaram-se com drone e câmara convencional todos os vestígios arquitectónicos visíveis (muralha e casas, principalmente) e identificaram-se as áreas susceptíveis de serem escavadas no futuro. Na segunda, situada em cavernas naturais na montanha localizada do outro lado de ‘Ain ad-Dlaid (a sul do tell) só foi possível verificar o saque e destruição da mesma.
Realizou-se uma sondagem de 5 x 6 m, designada sondagem A, junto a uma casa escavada por De Vaux (loci 409B e 416), no sector ocidental do tell. O objectivo desta operação foi obter uma sequência cronológica própria para a Idade do Ferro em Tell el-Far’a. Os trabalhos realizados permitiram identificar, de forma provisória, até três fases de ocupação distintas, constituídas por vários muros e solos em pedra. Recolheram-se diversas amostras de depósito arqueológico e de restos ósseos de fauna para estudos de datação absoluta (TL, OSL e C14) em laboratórios da Universidade da Corunha (Unidade de Geo-cronologia) e do CSIC-Universidade de Sevilha (Centro Nacional de Aceleradores).
Durante o processo de escavação, recuperou-se material cerâmico em abundância, que apareceu muito fragmentado (fase de abandono). Uma selecção do mesmo foi desenhada com o objectivo de criar uma tabela tipológica de cerâmica característica do período do Ferro II na Palestina. De uma parte deste material, foram retiradas amostras para analisar a sua composição geo-química, com a finalidade de identificar centros de produção oleira (local, regional, supra-regional, etc.) e possíveis rotas comerciais. Por último, entre os objectos exumados, devem ser destacadas as pequenas cabeças pertencentes a figuras de quadrúpedes feitas em terracota.
Juan Luis Montero Fenollós (director)
Francisco Caramelo (director)
Jehad Yasin (director)
André Teixeira (arqueólogo)
Joana Bento Torres (desenhadora)
José Pardo (fotógrafo)
José Gabriel Gómez (topógrafo)
Sofyan Dois (arqueólogo)
Bassam Helmi (topógrafo)
Meher Hassan (fotógrafo)
1-20 de Outubro 2017.
O projecto arqueológico Tell el-Far’a deseja expressar a sua gratidão ao Município de Wadi Far’a, ao Campo de Far’a, ao Centro Desportivo e da Juventude de Far’a, ao Consulado geral de Espanha em Jerusalém, à Casa de Santiago de Jerusalém e à École Biblique et Archéologique Française pelo apoio e colaboração durante a campanha.